Ética nos procedimentos com energias no TGI

A Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGI) edita documento mostrando as reais indicações dos procedimentos com energias no TGI (laser, radiofrequência); cita os reais fins, na procura do restabelecimento funcional da vagina, além de orientar sobre o uso das energias com objetivo estético e os possíveis riscos de danos.

Segue resumo:

https://colposcopia.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Etica-e-Energias.pdf

RECOMENDAÇÕES DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PATOLOGIA DO TRATO GENITAL INFERIOR E COLPOSCOPIA – ABPTGIC

  1. O médico deve explicar a paciente que a genitália feminina normal pode apresentar diferentes características anatômicas.
  2. As mulheres devem ser esclarecidas de que cirurgia cosmética, estética ou plástica é diferente de cirurgia reconstrutiva.
  3. As mulheres não devem receber procedimentos direcionados a estética antes dos 18 anos.
  4. As mulheres devem ser previamente informadas sobre a falta de evidências que apoiem a eficácia dos tratamentos cosméticos genitais.  Além dos riscos de complicações; incluindo dor, sangramento, infecção, cicatrizes, aderências, sensação alterada, dispareunia e necessidade de reoperação. Podendo até mesmo causar danos irreversíveis.
  5. O profissional deve ser capaz ainda de reconhecer mulheres com distúrbios da função sexual, bem como aquelas com depressão, ansiedade e outras condições psiquiátricas.
  6. Em mulheres com suspeita de problemas psicológicos, pode ser considerado um encaminhamento para avaliação por um profissional de saúde mental, especialmente quando a motivação para procurar cirurgia e/ou expectativas não são claras ou realistas.
  7. Após o devido esclarecimento da paciente e avaliação médica adequados, o desejo da paciente em obter melhora ou adequação estética deve ser respeitado, assim como ocorre em outras áreas corporais.
  8. É essencial que profissional que realize este procedimento tenha sido devidamente treinado, e conheça com profundidade a anatomia, fisiologia e fisiopatologia da vulva, vagina e órgãos adjacentes Além das doenças vulvovaginais, incluindo o contexto psicológico, social e sexual. Caso o profissional não se sinta apto a realizar o procedimento, ele deve informar e/ou encaminhar a paciente ao profissional habilitado.
  9. Não há dados científicos na literatura que apoiem o clareamento genital, a amplificação do ponto “G”, a himenoplastia (revirginização), a operação de estreitamento vaginal como procedimentos visando incrementar a função sexual.
  10. O termo de consentimento livre e esclarecido deve ser sempre obtido, antes de qualquer procedimento.
  11. Recomendamos que os procedimentos cirúrgicos sejam realizados com instrumentos devidamente registrados e provenientes de fontes seguras.
  12. Os profissionais que realizam estes procedimentos devem abster-se de fazer publicidade ou promover procedimentos sem base científica, inclusive em sites.
  13. Os cirurgiões não devem realizar procedimentos com os quais não concordem e explicar seu raciocínio/posição quando pressionados pelas pacientes
  14. Finalmente, é importante esclarecer para a paciente que a sexualidade vai além da aparência da genitália, e que uma “vulva bonita” não é garantia de prazer sexual ou de melhoria do desempenho sexual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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